José Silton Pinheiro - Patrono do Diretório Central dos Estudantes da UFRN
Nasceu em 31 de maio de 1948, no Rio Grande do Norte, filho de Milton Gomes Pinheiro e Severina Gomes Pinheiro.
Concluiu o curso ginasial no Colégio Santo Antônio, dos Irmãos Maristas, em 1966. Iniciou o curso clássico no Colégio Estadual Padre Miguelinho, concluindo-o no Atheneu Norteriograndense.
Rapaz cheio de alegria, senso de humor e com enorme facilidade de fazer amigos, tinha especial carinho pelas crianças. Também se caracterizou pela grande força de vontade para atingir os objetivos a que se propunha. Em 1970, ingressou na Universidade do Rio Grande do Norte, no curso de Pedagogia. Neste mesmo ano passou a militar no PCBR, atuante em Natal, Recife e por fim, na cidade do Rio de Janeiro.
Foi morto aos 24 anos de idade no Rio de Janeiro, junto com Fernando Augusto Valente da Fonseca, Getúlio d’Oliveira Cabral e José Bartolomeu Rodrigues de Souza. Foi carbonizado dentro de um Volkswagen, na Rua Grajaú, n° 321 (RJ), após ter sido preso e torturado no DOI-CODI/RJ, “teatrinho” feito pela repressão para justificar a versão de morte em tiroteio ao reagir à prisão. O corpo de José Silton entrou no IML/RJ como desconhecido, em 30 de dezembro de 1972, com a guia n° 12 do DOPS.
Na certidão de óbito de n° 131.985 é dado como desconhecido, assinando como declarante José Severino Teixeira e firmada pelo Dr. Roberto Blanco dos Santos. No verso de seu óbito há a seguinte frase manuscrita: “Inimigo da Pátria (Terrorista)”.
Foi enterrado em 06 de fevereiro de 1973, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque (RJ), na cova n° 22.706, quadra 21. Em 20 de março de 1978, seus restos mortais foram transferidos para um ossário geral e, em 1980/1981, foram para uma vala clandestina, junto com cerca de 2.000 ossadas de indigentes.
Há ainda laudo (Ocorrência n° 988/72) e fotos de perícia de local (n° 7645/72) encontrados no Instituto Criminal Carlos Éboli/RJ. As fotos mostram o corpo de José Silton totalmente carbonizado, dentro do Volkswagen incendiado, placa GB/EB-3890.
O Relatório do Ministério da Aeronáutica diz que “No dia 29 de dezembro de 1972, estando em Volkswagen no Grajaú/RJ com seu grupo de terroristas, ao ser abordado pelas equipes de agentes de segurança, abriu fogo, originando-se intenso tiroteio, tendo o carro incendiado-se e o nominado falecido no local.”