No contexto social atual,as dicotomias entre facções PM-PCC-CV, são inteiramente criadas pelo próprio sistema. Uma, criada para reprimir a população. E outra, para midiaticamente, tentar mostrar a essa mesma população reprimida pelos policiais, que os policiais tem papel importante na sociedade na caça de bandidos periculosos. Como ouvi bem de um policial rodoviário fardado durante uma abordagem, o pior bandido é aquele que usa farda.
Isso, nos explica bem o porque da idio-midiatização estar a todo momento vomitando na tela de sua televisão barbáries e flagelos sociais criados por eles mesmos, que levam as câmeras nos locais para mostrar o resultado do investimento flutuante que sua empresa mantém na bolsa de valores financiando a miséria social mundial e estagnando estigmaticamente o nosso país como um subdesenvolvido (inferioridade neocolonial).
A sobriedade do raciocínio se perde na sociedade, pois, ao ligarmos uma televisão somos condensados para uma realidade onde se pisar fora da porta de sua casa está correndo o risco de ser sequestrado, assaltado, estuprado, roubado, atropelado... Nunca lembram que mesmo sem sair de casa estamos sofrendo essas mesmas agressões e até mais graves de nossos representantes políticos, que nos roubam, nos enganam, nos enrolam....e isso, a “telinha social” não mostra, ou quando mostra, é por interesse de X ou Y partido ou canal de televisão.
Sem sobriedade, a sociedade é sempre levada a crer no surreal, naquilo que é construído a partir de conscientizações diárias de uma psicologia do medo constante, a qual nos leva a crer na imposição do raciocínio, simplesmente por estar em estupefaciência ao se entreter com aquela arma que nos dá alguns tiros de ilusão todo dia.
Toda essa dicotomia criada pelo Estado tem de plano de fundo a campanha de “guerra as drogas”, entretanto, o conceito de “guerra as drogas” no Brasil tem feito muito mais sentido como “criminalização da pobreza”, pois, é de fato constatado que as pessoas que acabam sendo enquadradas na lei 11.343/06 são em sua maioria pessoas de poucos privilégios. Isso se deve a brecha da lei que não determina qual a quantidade determinada para porte do usuário, deixando essa decisão aos repressores do estado e posteriormente aos juízes de valor do poder.
Essas decisões quando tomadas em razão daqueles com privilégios, geralmente terminam com apenas um TCO, independente da quantidade possuída pelo contraventor, demonstrando o quanto nosso sistema judiciário e repressivo do estado age com o pensamento direto naqueles que lhe trazem interesses econômicos.
Para um juiz, é mais fácil mandar para cadeia um jovem de comunidade carente do que colocá-lo como uma pessoa comum usuária de drogas que tem sim condições plenas de sobrevivência. E a sobrevivência não é ter privilégios e sim financiar todos os aparelhos do Estado, seja por trabalho,estudos,compras de mercadorias, participações em programa social governamentais, entre outros, como todos nós o fazemos todo dia, com ou sem privilégios.
Ao que vemos, o entorpecimento hoje não está na psicoatividade da droga em si, mas sim, e em primazia nos vermes comandantes do Estado e dos seus poderes, onde somente eles tem a ganhar com toda a situação de miséria e caos que passam as periferias brasileiras. Devemos lembrar que todo esse problema do tráfico de drogas nas comunidades carentes ocorre por falta de investimento básico em educação, moradia, saneamento básico, em suma, qualidade de vida.
A polícia não é a culpada por esse sistema imposto, mas tem sua parcela de culpa por formar péssimos profissionais que se corrompem facilmente quando se há interesses, e também por formar grandes exterminadores sociais, como vemos todos os dias nas comunidades carentes pessoas morrerem somente por estarem em condição sub-humana.
A sociedade não defende a legalização pois para o Estado não lhe é conveniente mostrar a sociedade a realidade dos fatos sobre as drogas. Uma ação errada, pois, todos os dias milhares de pessoas no Brasil morrem não por usarem drogas, mas sim, pela criação de uma guerra artificial onde os representantes do Estado distribuem as drogas aos moradores das comunidades e depois mandam a polícia reprimir os mesmos, para que mostrem na sua televisão que a polícia está sendo eficiente, novamente nos manipulando com a psicologia do medo.
Como vimos no Rio de Janeiro nesta marcha de 2012, a ação dos policiais demonstra a realidade da informação a qual a sociedade está engendrada. Graças a rede virtual, as informações puderam ser mostradas dos dois lados, dando veracidade a ação criminosa por parte dos repressores da lei. De fato, alguém financiou os policiais para que aquela ação ocorresse. Mas por quê? Por qual interesse alguém financiaria o ataque a um movimento social que defende a descriminalização do uso de uma droga que gera bilhões mundo à fora ilegalmente? Por que será que os governadores, senadores, deputados e a presidente não se manifestaram com um atentado a liberdade como esse?
Ficam as perguntas, para que as respostas apareçam na mente de cada um. Mas, o que é claro nessa situação, é que ela está insustentável, não é mais possível vivermos tratando o tema das drogas como algo de uma via só (a da mídia), e empurrando para debaixo do tapete uma discussão de extrema importância para a sociedade, para a economia, para a saúde pública, para menor violência, para uma polícia menos repressora. Estamos fartos de falsas polêmicas, CHEGA DE FARSA E HIPOCRISIA! #LEGALIZASTF
Cauê Almeida Galvão
Movimento Nacional Marcha da Maconha
Coletivo Potiguar Marcha da Maconha
Projeto Vozes Insurgentes Ressignificando Universos Sofistas (VIRUS)