O ministro do Desenvolvimento Agrário
(MDA), Pepe Vargas, participou, na noite desta quinta-feira (26), do
encerramento da 1ª Conferência Nacional de Assistência Técnica e
Extensão Rural (CNATER). O evento, que começou na segunda-feira (23),
teve como objetivo principal debater as diretrizes para a construção da
Política Nacional de Ater (PNATER).
O
ministro avaliou de forma muito positiva o resultado do encontro,
realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. “Esta
foi uma conferência positiva, que produziu um documento final que passa
a ser um norte estratégico para quem quer uma assistência técnica para a
agricultura familiar, a reforma agrária e as comunidades tradicionais,
de modo a promover o desenvolvimento rural do nosso Brasil, incluindo
social e produtivamente aqueles que querem produzir alimentos saudáveis
para o povo brasileiro”, afirmou o ministro.
O
evento contou com a massiva participação de diferentes movimentos
sociais representando trabalhadores rurais, agricultores familiares,
quilombolas, indígenas e mulheres do campo, entre outros. Após as
deliberações do dia e antes do encerramento oficial, a plateia - que
contava com os quase 700 delegados eleitos nas diversas conferências
municipais e regionais que precederam o encontro nacional - foi animada
pela leitura de poemas e um duelo entre repentistas. Um deles, o baiano
Antônio Pereira de Almeida, agricultor familiar radicado em Orizona,
Goiás, sacou um violão e cantou diversas músicas sertanejas.
Os
jovens do campo também fizeram questão de marcar presença no encontro.
Puxados por Oscar Alan Santos, de Pão de Açúcar, Alagoas, entoaram o
grito “juventude que ousa lutar constrói o poder popular”. O discurso
encontrou eco na fala de encerramento do ministro Pepe Vargas, que
lembrou versos do cantor baiano Raul Seixas: “Sonho que se sonha só/ É
só um sonho que se sonha só/ Mas sonho que se sonha junto é realidade”. O
ministro destacou que a primeira Conferência de Ater era um sonho
antigo, que virou realidade.
Pepe
Vargas destacou a participação de todos os movimentos no processo de
elaboração da Política Nacional de Ater. “A participação dos movimentos
se deu desde a base, quando as conferências estaduais foram ocorrendo e
culminaram nesse grande momento que é a primeira conferência nacional”,
salientou o ministro.
“O
evento levantou muitos pontos da realidade de cada grupo e conseguimos
definir as diretrizes que queremos seguir. Cumprindo o que foi
estabelecido aqui, a assistência técnica no país terá um grande avanço e
conseguiremos alcançar aqueles que ainda não têm nenhuma assistência",
afirmou David Santos, delegado do MDA de Mato Grosso do Sul.
Célia
Faracho, do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, leu a
Declaração Política produzida ao final do evento, que destaca que a Ater
“é o instrumento essencial para o acesso às políticas públicas no
campo” e “deve ser fortalecida e consolidada”. A declaração pede, dentre
outros pontos, a expansão e universalização da Ater, a construção de um
sistema nacional que integre as diferentes instâncias federais,
estaduais e municipais responsáveis pela prestação de serviços de
assistência técnica, o desenvolvimento sustentável dos assentamentos da
reforma agrária e a formação dos profissionais de Ater.
Para
Ronaldo Rodrigues, da Emater de Minas Gerais, a Cnater possibilitou
estabelecer uma proposta participativa passando pelos municípios,
territórios e estados. “O bom foi que o evento aconteceu em várias
etapas e tivemos tempo para discutir todas as questões com as partes
interessadas. O documento final foi construído de forma participativa.
Esperamos que tudo que foi decidido seja colocado em prática o mais
rápido possível para assegurar a qualidade e a continuação dos serviços
de Ater em todo país”, avaliou.
Representando
os movimentos sociais, Marcos Rochinski, da Fetraf, leu um texto
crítico à aprovação do novo Código Florestal pela Câmara dos Deputados,
na quarta-feira (25). O ministro disse que levará as reivindicações dos
movimentos à presidenta Dilma Rousseff. “Nós queremos uma legislação que
contribua com a defesa da vida e do meio ambiente assim como a produção
de alimentos saudáveis para o povo brasileiro”, frisou Pepe Vargas.
Fonte: MDA