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A educação que transforma e colabora para o desenvolvimento sustentável

Nos últimos anos, muito tem se debatido sobre temas como sustentabilidade, desenvolvimento sustentável e economia verde, entre outros conceitos globais que surgem para apresentar à sociedade a importância da conservação dos recursos naturais, a reflexão sobre os atuais processos produtivos e a revisão de nossa cultura de consumo para que seja garantida a qualidade de vida das gerações atuais e futuras. Conceitos inovadores, muitas vezes complexos, e que dependem, necessariamente, da conscientização e do envolvimento de todos os setores da sociedade, com grande destaque para a participação popular.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Vitae Civilis, em parceria com a Market Analysis, divulgada em outubro de 2011, apontou que apenas 11% da população brasileira já ouviu falar sobre a Rio+20, a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, o principal encontro mundial sobre o tema, que acontecerá em junho de 2012, no Rio de Janeiro. Imagine se a mesma pergunta fosse aplicada para outros eventos sediados pelo país, como a Copa do Mundo ou as Olimpíadas, qual seria o resultado. Um exemplo claro de como a sustentabilidade ainda está distante do consciente coletivo, mesmo que presente no cotidiano de todos.

Agora, como reverter esse quadro e tornar essas questões palpáveis à sociedade, mobilizando e integrando todos neste debate tão importante? Um caminho para isto, sem dúvida, é a educação. Ou, como chamamos na Fundação Espaço ECO, a Educação para a Sustentabilidade, termo que dá nome a um dos nossos eixos de atuação.

Seria a educação capaz de mobilizar, engajar e conscientizar um indivíduo para ações em prol da sustentabilidade?

Antes de responder a esta pergunta, vamos analisar um outro ponto. Há 20 anos, o Brasil sediou a Rio-92, a mesma Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável que terá uma nova edição em 2012. Na ocasião, dentre muitos conceitos debatidos e criados, e que se tornaram marcos, destacamos uma frase: “Pensar globalmente e agir localmente”. Ou seja, não adianta pensarmos a sustentabilidade em termos universais, se não analisarmos o que fazemos na nossa casa, rua, bairro e comunidade. E aqui voltamos à educação.

A proposta da educação para a sustentabilidade é ser um instrumento de informação que estimule a mudança de comportamento por meio de vivências de cada ator envolvido. A socialização do conhecimento, considerando e respeitando as realidades locais, torna viável um processo de transformação dessas realidades, e, consequentemente, colaborará para a melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade e para a promoção do desenvolvimento sustentável.

Um exemplo dessa proposta é o projeto Parceiros da Transformação, que implantamos atualmente no município de Jacareí, interior de São Paulo, em parceria com a Prefeitura Municipal e a empresa Fíbria. O objetivo desse projeto é colaborar com o desenvolvimento local de quatro bairros da cidade e promover a criação de redes para que a população troque experiências e trabalhe de forma colaborativa em processos comunitários. Para isto, utilizamos metodologias variadas, que aliam a teoria à prática, focadas nas necessidades particulares de cada grupo e sempre com o propósito de despertar o olhar para a sustentabilidade.

Neste projeto, temos como primeiro passo o envolvimento de diversos públicos, de escolas, comunidade, ambientes corporativos ou órgãos públicos, num diagnóstico participativo que busca identificar suas necessidades. Desta forma, não pré-definimos nenhuma ação antes do início dos trabalhos, incentivando que todos participem desse processo. A partir daí, damos início a oficinas, encontros e atividades de educação, entre outros.

Em Jacareí, nas comunidades onde atuamos, já percebemos importantes transformações, como o caso do bairro Jardim Colônia, no qual os moradores preservam uma área verde de aproximadamente três hectares, outrora abandonada, tornando-se verdadeiros guardiões deste reduto de Mata Atlântica. Nos quatro bairros atendidos, o projeto já beneficiou mais de 22 mil pessoas, o que comprova a efetividade desse processo educativo.

Pessoas organizadas em torno de um propósito podem promover grandes realizações, e, até, concretizar grandes sonhos, indo muito além de suas capacidades individuais. Nossa experiência com este modelo educativo aponta que o engajamento por meio do conhecimento compartilhado nos permite mobilizar coletivamente e enfrentar os desafios da sustentabilidade com mais eficácia. Neste sentido, acreditamos que a partir de transformações locais construiremos um futuro no qual o desenvolvimento sustentável se torne uma realidade de grande alcance. E a educação é o nosso primeiro passo.

* Fernando Feitoza é gerente de Educação para a Sustentabilidade da Fundação Espaço ECO.

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