Brasil de Fato 28/03/2012
Jade Percassi
De São Paulo (SP)
Jade Percassi
De São Paulo (SP)
Artistas leram carta-denúncia em frente
ao Teatro Municipal - Foto: André Mürrer
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Nesta
terça-feira (27), Dia internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo,
cerca de 50 coletivos artísticos componentes do movimento de teatro de
grupos de São Paulo realizaram um ato em frente ao Teatro Municipal de
São Paulo. A manifestação, de caráter festivo, buscou denunciar o
descaso das políticas públicas para a cultura, especialmente em âmbito
nacional.
A Secretaria Municipal de Cultura havia organizado uma
celebração ao Dia Nacional do Circo no Teatro Municipal, com
apresentações circenses e homenagem a Abelardo Pinto, o Piolin. Após a
“Palhasseata” pelo arredores, palhaços e companhias circenses convidadas
foram para o Café do Municipal, onde estava presente o secretário
municipal da cultura, Carlos Augusto Machado Calil. Nesse momento, o
“Coro de Nus” formado por uma banda e atores e atrizes (com figurino de
placas com reivindicações) tentaram em vão entrar para ler seu manifesto
e entregá-lo ao secretário.
A carta denúncia, lida nas
escadarias do teatro, reunia questões referentes às políticas públicas
voltadas para a cultura nas três esferas de governo (municipal, estadual
e federal), cobrando a continuidade de políticas e programas
estruturantes para uma arte pública que permitam à categoria
efetivamente se organizar, e lembrando os mortos dessa luta. (leia a carta na íntegra)
Três
enormes alegorias, representando a ministra Ana de Hollanda, o
secretário estadual de cultura Andrea Matarazzo e o secretário municipal
de cultura, Carlos Calil, foram então submetidos ao ritual popular de
malhação de Judas, acompanhado por batucada com entusiasmo pelos
transeuntes. Um “Coro de Fúrias” finalizou o rito ateando fogo aos
bonecos, sob uma chuva de aplausos e gritos de apoio do público. Os
manifestantes seguiram por fim em cortejo até o Studio 184, na praça
Roosevelt, onde se reuniram para avaliar a importância da mobilização.
Muitas das cerca de 300 pessoas que participaram do ato estiveram
presentes durante a ocupação da Funarte, em julho de 2011.
“Todos
os anos, nos mobilizamos e nos desmobilizamos muitas vezes enquanto
movimento, mas chegamos finalmente à conclusão de que esta nossa
articulação só se consolida com a luta; nossas pautas continuam atuais e
vamos continuar lutando” afirma Osvaldo Pinheiro, da Cia Estável.